By: Maurício Zagari, no http://apenas1.wordpress.com/
O anseio de todo ser humano é ser feliz. Isso é instintivo. Queremos viver longe de dores, frustrações, desilusões, desamores, problemas. A meta de cada um de nós é acordar de manhã sorrindo, se espreguiçar e passar o dia com um sorriso no rosto. Ah, a vida é bela!, anelamos dizer a cada por-do-sol lindo no horizonte, com um livro de Fernando Pessoa nas mãos, uma música gostosa no fone e a cabeça da pessoa amada no colo, com um cafuné que tem sabor de repouso, descanso e felicidade. Fale a verdade: você não gostaria de viver isso? Mas aí chega Jesus e estraga tudo.
Não, meu irmão, minha irmã, viver não é um parque de diversões. Viver segundo os preceitos bíblicos, então, é para os fortes. E, paradoxalmente, só se torna forte quem se põe fraco aos pés do Mestre. Pois a alternativa a tomar a cruz e seguir a Cristo é o inferno. Mas a boa noticia é que o Senhor nos diz, em paráfrase: “Tome a sua cruz e siga-me… mas não desanime nem fique ansioso, pois você pode lançar os seus fardos sobre mim: eu tenho cuidado de você”. Sim, o Evangelho é para os fortes, e a nossa força tem nome: impotência. E é aí que entra a possibilidade da felicidade.
Como assim?
Mas o que impotência tem a ver com felicidade? Isso, na verdade, aprendi com minha filha. Tenho uma filhinha com 11 meses de idade. Ela é impotente. Ainda não consegue andar sozinha, nem se alimentar. Não se veste sem ajuda e se sente dor depende que o papai pare tudo para lhe dar um pouco de analgésico. Para ela, eu e a mãe somos Deus. Quando ela leva um tombo, a tomo no colo, com ela aos berros, faço carinho, sussurro palavrinhas de amor, esfrego o dodói e ela… sorri.
E um sorriso, quando não é fingido, é o maior sintoma de felicidade. Se você quer medir seu nível de felicidade, basta ver com que frequência você sorri quando ninguém está olhando.
Mas isso tudo só acontece por uma razão: porque ela entrega suas infelicidades aos cuidados de quem pode transformar sua impotência em…. sorrisos de felicidade.
O Evangelho não nos promete felicidade. A mensagem da graça é dura. Exige renúncia das nossas vontades. Quem não deixar pai e mãe por amor a Cristo não é digno dele. Ou seja: quem não abrir mão do que mais ama não é digno do Salvador. “Venda tudo, dê aos pobres e vambora pra Cruz”, foi a resposta de Jesus para o “mancebo de qualidade”. Dureza. Renúncia. Dificuldade. Choro. Impotência.
Sinto-me constantemente impotente na estrada pedregosa. Mas aí eu engatinho até os pés do Pai, escalo suas pernas, estendo os bracinhos e faço cara de Gato de Botas do Shrek. Aí, se por sua graça papai me pegar no colo, eu sei que vou sorrir de felicidade.
Paz a todos vocês que estão em Cristo
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