Resiliência

Por Caio Stolf

Existem pessoas, que em algum momento se tornaram cristãs durante a vida e que por algum motivo deixaram de ser. Eram cristãos e passaram a ser aversivos ao cristianismo , por motivos pessoais, interesses por outras crenças e doutrinas, experiências de grande sofrimento, entre outros motivos que muitas vezes só Deus sabe.

É preciso reconhecer que em momentos de grandes testes de resiliência, temos uma tendência natural de questionar tudo aquilo em que acreditamos. Mas o que é resiliência? Na fisica, isso significa a capacidade de um material sofrer alguma forma de tensão e voltar logo em seguida ao seu estado natural. No mundo das pessoas, o significado é o mesmo. É a capacidade que uma pessoa tem de sofrer dores, questionamentos, ansiedades, grandes torções na mente e na alma e quem sabe até tropeçar e cair num grande buraco existencial, mas logo em seguida se levantar e ter a consciência de que tudo aquilo foi uma fase ou momento ruim, desencadeado por um conjunto de circunstâncias, algo extremamente comum numa condição existencial onde a realidade do pecado é latente e as limitações humanas são fatos intrinsecamente reais. Ou seja, resiliência não significa invulnerabilidade nem tampouco uma noção idiota de vitória sobre tribulação. Resiliência, do ponto de vista humano é a queda dolorida e caótica, seguida do impulso de se levantar e seguir adiante.

Mas a resiliência não é uma virtude pronta. Ninguem nasce sabendo lidar dessa forma com as curvas e as tensões da vida. O interessante é que ninguém nunca aprende a lidar com isso de verdade. Mas é possível aprender a sempre se recompor depois dar com o beiço no pó. Essa é uma virtude que só se adquire levando pancada e logo em seguida se levantando, repetidas vezes. É quase um treino. Apesar de complexo, isso não é tão difícil de compreender. Mas há uma pergunta que fez barulho na minha cabeça por um tempo que foi: "O que é que pode me motivar , todas as vezes em que alguma forma de tensão ou dor me derrubar?" E cheguei numa resposta clara como um raio, imediata, sem ressalva alguma, tão fatal que não consegui sequer achar alguma razão para questioná-la: a cruz de Cristo.

Tomando forma humana, Cristo passou por um dos maiores testes de resiliênciaconhecidos na historia da humanidade. Cristo foi tencionado até a morte. Sua alma, mente e corpo foram retorcidos ao máximo para que logo após a sua morte, voltasse ao seu estado natural novamente: filho de Deus, sentado a sua direita, ente componente da trindade, o próprio Deus. E porque ele resistiu a isso tudo? Porque essa era sua missão. Esse era o seu caminho. Ninguém e nem nada poderia pará-lo. Nada pôde impedir que ele viesse viver tudo que viveu aqui, a trilhar a via crucis, cair diversas vezes com a cruz nas costas, se levantar, ir até a o Calvário e cumprir a obra de Deus de conceder uma segunda chance à humanidade. Umas de suas últimas palavras antes de morrer foram: "está consumado". Cristo foi completamente resiliente em cada passo que deu em obediência a Deus.

Quando a sua vida for torcida como uma toalha, e as mazelas da vida esfregarem seu nariz no pó da estrada, lembre-se sempre da resiliência de Cristo. Ele também teve a sua vida tencionada, seu corpo e sua alma foram retorcidos na cruz. Ele conheceu a dor, e apesar dela, continuou seguindo em frente até o fim. Ele sabia bem o que era resiliência, e também sabia que os homens iriam passar por isso. Olhe para a Sua resiliência e você sempre encontrará forças para ser resiliente na sua caminhada. Olhe para a cruz e dificilmente você encontrará alguma razão para parar de caminhar.

Fonte: Crentassos